sexta-feira, 3 de agosto de 2012

Aula dia 02/08 (FATOS QUE MARCARAM A HISTÓRIA DO CINEMA )


Relembrando os grupos de trabalho:

*1900-1909 e 1910-1919= Natália D., Andressa, Lara Z., Nayara G.
*1920-1929 e 1930-1939= Victor, Diogo, Arthur M.
*1940-1949 e 1950-1959= Eduarda, Yasmeen, Lara P., Carol, Mariane
*1960-1969 e 1970-1979= Arthur B., Arthur C., Matheus
*1980-1989 e 1990-1999= Henrique
*2000-20.. e Cinema Nacional= Raysa, Lara, Pietra, Cinthia e Paloma

TRABALHO:
Ler o texto e definir:
1.: Fatos interessantes para o painel "linha do tempo";
2.: Fatos interessante para ser trabalhado como charge;
3.:Fato para ser trabalhado como fotografia;
4.:Fato que servirá de base para produção de um curta metragem
5.:Premiação, ou fato que se tornará uma escultura.

Obs.: Nada impede que uma pessoa de um grupo, ajude outro grupo, ou que na hora de trabalhar você trabalhe outra data, outra época.
Porém para a vernissage é interessante ter trabalho de todas as épocas desde o início do cinema até os dias de hoje. Por isso precisamos de um trabalho de cada década. 
 Incrementem o trabalho pesquisando mais fatos do que o que disponibilizei aqui!

Obs. 2: Para próxima aula precisaremos de:
Papel crafite branco
Papelão
Lapis de cor, giz de cera, papel para colagem ou outro material para a construção de um painel.

PARTE II
A HISTÓRIA DO CINEMA: 1900 A 1909
Os nickelodeons
http://images.mkenobi.multiply.com/image/1/photos/upload/300x300/TB-WpwooCF0AAHiBI1M1/greattrainrobbery1.jpg?et=WfBd3ooF%2C4g6TjlcFAp9IA&nmid=0À entrada do novo século, o cinema era uma das mais baratas formas de entretenimento, cujo público era essencialmente a classe trabalhadora. Ao mesmo tempo, os nickelodeons proliferavam nas cidades, sendo freqüentados essencialmente por trabalhadores emigrantes. Eram salas pequenas, adaptadas para a exibição de filmes, cujo nome se deve ao valor do ingresso: cerca de um níquel. No entanto, uma greve de artistas de teatro obrigou os donos de teatros a procurarem formas alternativas de entretenimento, encontrando nas “imagens em movimento” uma boa opção.
Com o passar dos anos, o cinema deixa de ser visto como algo menor e começa a atrair a atenção das classes mais altas. Para isso muito contribuíram os filmes de Edwin S. Porter, nomeadamente “The Life of an American Fireman” e o épico “The Great Train Robbery” (na foto, em detalhe). Com uma duração inédita de 12 minutos, “The Great Train Robbery” utilizava algumas técnicas narrativas que viriam a ser desenvolvidas ao longo dos anos, o que possibilitou captar um tipo de público diferente do habitual.
Na Europa, a empresa francesa Film d’Art começa a produzir conhecidas adaptações literárias protagonizadas por consagrados atores de teatro, o que levou a um aumento da produção de filmes cada vez mais longos e vendidos a preços mais altos: dois bons exemplos são “La Reine Elisabeth” e “O Nascimento de uma Nação”. França e Nova Iorque eram os grandes centros de produção cinematográfica, sendo as francesas Gaumont e Pathé, as maiores produtoras cinematográficas do mundo. No outro lado do atlântico, as maiores produtoras eram a Biograph, a Edison e a Vitagraph, cujo negócio tinha por base a venda de filmes a metro e de equipamento de projecção aos exibidores.
O final da década viu também o fim de uma luta entre várias empresas pelas patentes de equipamento cinematográfico e, em 1908, é criada a Motion Pictures Patents Company, conhecida como Fundo Edison. Esta empresa controlava a distribuição, produção e exibição cinematográfica e obrigava produtores e exibidores a comprarem material aprovado pelo Fundo, controlando, em monopólio, a indústria cinematográfica americana.
À medida que as salas de cinema proliferavam, também a tecnologia se desenvolvia, nomeadamente a nível da projeção, tendo-se desenvolvido um conjunto de processos que perduram até hoje.

Nos Estados Unidos do final de década, os nickelodeons estavam no seu auge, sendo vistos por milhões de pessoas diariamente. Mas brevemente seriam substituído por verdadeiras salas de cinema, uma vez que os grandes estúdios de Hollywood, estavam prestes a nascer.


PARTE III
A HISTÓRIA DO CINEMA: 1910 A 1919
O início da indústria cinematográfica e a influência da I Grande Guerra
Depois de nos primeiros anos ser visto como uma novidade, o cinema começa a desenvolver-se e as transformações que ocorrem durante a década de 1910 são os primeiros sinais de uma indústria que viria a marcar intensamente o século XX.
http://images.mkenobi.multiply.com/image/1/photos/upload/300x300/TB-cdgooCF0AAGDB29M1/photo-TB-cdgooCF0AAGDB29M1.jpg?et=3p8UFl26RUuZl%2B7oqQzXPw&nmid=0A cada vez maior aceitação do cinema pelo público leva ao surgimento de produtoras independentes, que tentam romper com a Motion Pictures Patents Corporation (MPPC) e a sua hegemonia no mercado de nickelodeons. As novas produtoras, entre elas a Independent Motion Pictures (IMP) e a Famous Players – Lasky Corporation, apostam em longas-metragens (em contra ponto com os pequenos filmes da MPPC) que aliam inovações tecnológicas ao espectáculo.
Um dos realizadores que mais se destaca neste período é D.W.Griffith que realiza, em 1915, um dos filmes mais marcantes da história do cinema: “O Nascimento de uma Nação” (foto, em destaque).
Um dos fatores decisivos que contribuiu para o desenvolvimento do cinema como industria foi a alteração da reação do público em relação aos atores.
Constatando que o público reagia a determinados atores, a ponto de querer saber mais sobre as suas vidas pessoais) os responsáveis pelos estúdios potenciaram essa situação, dando nome aos atores e criando, por vezes, “personagens reais” para alimentar a vontade do público. Nasce, assim, a estrela de cinema, que Hollywood conseguiu potenciar como ninguém.
De França e Inglaterra chegam longas-metragens como “La Dame aux Camélias” (1911), “Henry VIII” (1911) e “Hamlet” (1913) que encontram uma grande receptividade junto de uma classe média cada vez mais receptiva à sétima arte, que deixa de ser uma mera forma de entretenimento para as classes trabalhadoras. Devido a estes acontecimentos, os nickelodeons entram em declínio e com eles a MPPC.
A década fica marcada pela I Grande Guerra Mundial, que inevitavelmente influenciou também a sétima arte. Se até então o mercado mundial era dominado pelas produções francesas e americanas, com o início do conflito os filmes americanos começam a ganhar terreno devido à redução da produção europeia (com excepção da Suécia, cuja neutralidade permitiu manter uma regular produção cinematográfica).
http://images.mkenobi.multiply.com/image/1/photos/upload/300x300/TB-c0QooCF0AAGC62Fg1/fairbanks-pickford-chaplin-griffith.JPG?et=m1opAroxD7GYmgNN7BlndA&nmid=0Pelo final da década, e do conflito armado, a indústria cinematográfica era muito diferente da do início da década: os nickelodeons já praticamente não existiam, substituídos por salas de cinema e atores e realizadores eram agora figuras públicas com uma palavra a dizer no seu trabalho.

Reflexo disso mesmo é a criação, em 1919, da distribuidora United Artists por Charlie Chaplin, Mary Pickford, D.W. Griffith e Douglas Fairbanks (na foto em destaque).

O final da década evidenciava já o que viria a acontecer nas décadas seguintes: o crescimento de Hollywood e o seu domínio na industria cinematográfica mundial.





PARTE IV
A HISTÓRIA DO CINEMA: 1920 A 1929
A era do sonoro
http://images.mkenobi.multiply.com/image/1/photos/upload/300x300/TB-gZgooCF0AACcdUUs1/rudolphvalentino1.jpg?et=PdQIB9ebKLLos3Pkj91DwQ&nmid=0A década de 20 é marcada pelo espírito do pós-guerra e a diversidade das produções cinematográficas são reflexo disso mesmo. Nos EUA, os talentos de Charlie Chaplin, Buster Keaton e Harold Lloyd dominam na comédia, Cecil B. De Mille continua a realizar melodramas carregados de sensualidade e os primeiros filmes de gangsters e documentários fazem a sua aparição. Na Europa, as experiências vanguardistas de Man Ray e Luis Buñuel marcam a França do pós-guerra e a Alemanha vive, na primeira metade da década, a era de ouro do expressionismo alemão. Após anos de filmes de propaganda, o cinema soviético (controlado pelo estado) torna-se um centro criativo, cujo expoente máximo são as obras de Sergei Eisentein. Por sua vez, a Índia vive uma década extremamente positiva, produzindo cerca de 100 filmes por ano.
http://images.mkenobi.multiply.com/image/1/photos/upload/300x300/TB-hLwooCF0AADq6bpo1/marypickford1.jpg?et=pwaCuuLX7orqp%2C97b90D5w&nmid=0
Em Hollywood, as estrelas de cinema, à semelhança dos papeis que interpretam, vivem histórias pessoais rocambolescas: Rudolph Valentino (na foto, em O Sheik, de 1921), que se tornara um dos mais famosos galãs da sétima arte, morre em 1926; o comediante Fatty Arbuckle abandona a sua carreira cinematográfica devido às suspeitas de assassinato da atriz Virginia Rappe; em 1918, as salas de cinema recusam-se a exibir os filmes de Francis X. Bushman, quando se tornam públicas as suas aventuras extra-conjugais.

O final da década viria a ser marcada por um dos mais importantes acontecimentos da história do cinema: a exibição do primeiro filme sonoro. Muito embora as experiências de Thomas Edison, foi a pequena empresa Vitaphone (criada pela Warner Bros. e pela Wester Electric) a desenvolver um sistema eficaz e a produzir os primeiros curtas-metragens sonoros em 1926 e um ano mais tarde o primeiro longa-metragem sonoro: “The Jazz Singer”, realizada por Alan Crosland e interpretação de Al Jolson.
Os filmes sonoros foram um sucesso imediato e por volta do final da década, perto de metade das salas de cinema americanas estavam preparadas para exibir filmes sonoros. Muito embora o seu sucesso, o sonoro levou à ruína alguns atores: uns não tinham a voz mais indicada para o novo registro cinematográfico, outros, como Mary Pickford (na foto, em destaque), não conseguiram fugir à imagem que construíram durante a era do mudo e retiraram-se.
A década não terminaria sem mais um acontecimento importante e que iria influenciar a economia mundial, incluindo a indústria cinematográfica: a queda da bolsa de Nova York em Outubro de 1929 e o início da depressão econômica.





PARTE V

A HISTÓRIA DO CINEMA: 1930 A 1939
O “studio system”
Nos Estados Unidos, a década de 30 é marcada pelo domínio dos grandes estúdios de Hollywood, que anos antes tinham lutado contra o domínio da Motion Pictures Patents Company, sendo possível identificar estilos próprios: a Metro-Goldwyn-Mayer era conhecida pelas suas estrelas e filmes de qualidade, a “pobre” Columbia Pictures pelas comédias de Frank Capra e a Warner Bros. pelos seus dramas sociais e filmes de gangsters.
http://images.mkenobi.multiply.com/image/1/photos/upload/300x300/TB-k2gooCF0AAGp3OHM1/ventolevou12.jpg?et=yrExRgl%2B4BQXHJvwiADdGQ&nmid=0A década é também marcada pela utilização do som na sétima arte e que viria a transformar a indústria: os atores começaram a dar mais atenção à voz, os estúdios procuraram no teatro atores mais expressivos, os escritores foram obrigados a definir os personagens através de palavras e os escritores de cartões (intertítulos) ficaram no desemprego. Mas o som permitiu também o nascimento de um novo gênero: o musical, aparecendo, então, estrelas como Maurice Chevalier, Fred Astaire e Ginger Rogers.
O início da década de 30 é também marcado pela produção dos primeiros filmes a cores: o desenho animado da Walt Disney Pictures “Flowers and Trees”, de 1933, e o longa-metragem “Becky Sharp”, de 1935. Em desenvolvimento desde a década de 1890, a tecnologia de filmes a cores teve o seu melhor exemplo com o épico “E o Vento Levou” (foto, com Clark Gable e Vivien Leigh). Produzido em 1939, o filme foi um dos muitos que se produziram durante o que é considerado o melhor ano da história da sétima arte. Outros filmes produzidos nesse ano: “A Mulher Faz o Homem”, “Ninotchka”, “O Mágico de Oz”, “Gunga Din”.
Na França, o trabalho de realizadores como Jean Renoir, Jean Vigo, René Clair e Marcel Carné refletem uma visão negra que antecipa a guerra que se avizinhava. Antes da guerra, a Alemanha produzia mais de 200 filmes por ano, onde se destacavam os trabalhos de Fritz Lang e G.B.Pabst. Após a ascensão de Hitler em 1933, a indústria cinematográfica alemã passa a ser controlada pelo Ministro da Propaganda, Joseph Goebbles, dando origem a verdadeiras homenagens ao fascismo, como o filme de Leni Riefenstahl “O Triunfo da Vontade”. Na Espanha, o cinema é controlado pela Companhia Industrial del Film Espanol e com a ascensão do ditador Franco, no final da década, os filmes passam para a mão do Estado. Na União Soviética, a produção é dominada por dramas, adaptações literárias e acontecimentos históricos, destacando-se o trabalho do realizador Sergei Eisenstein.


PARTE VI

A HISTÓRIA DO CINEMA: 1940 A 1949
A influência da II Grande Guerra no panorama cinematográfico mundial
A 2ª Guerra Mundial é o grande acontecimento da década de 40 e está na origem da mudança do panorama cinematográfico mundial, refletindo-se no número de filmes produzidos e nos temas abordados.
Inevitavelmente, a Europa foi onde os efeitos do conflito mais se fizeram sentir: se por um lado grande parte dos países viram a sua produção diminuir drasticamente, outros, como a Alemanha e a União Soviética, chegaram a aumentar a sua produção. Devido ao regime vigente, a Alemanha manteve uma produção ativa com mais de 1000 filmes produzidos durante os anos em que Hitler esteve no poder, na sua maioria filmes de propaganda. Após a guerra e com a divisão da Alemanha, a produção igualmente se dividiu, refletindo visões artísticas diferentes. No caso soviético e com a entrada do país na guerra, em 1941, a produção cinematográfica centrou-se em documentários de propaganda, em filmes de entretenimento e dramas, como “Ivan, o Terrivel” (Parte I) de Sergei Eisentein.
http://images.mkenobi.multiply.com/image/1/photos/upload/300x300/TB-yoAooCF0AAGd4HpI1/grandeditador3.jpg?et=ept%2CVjNCbBGmKSYbCBejmQ&nmid=0Um dos reflexos do conflito foi o êxodo de pessoas para os Estados Unidos. A França não fugiu à regra e os realizadores que se mantiveram no país concentraram o seu trabalho em produções históricas ou alegóricas, destacando-se os trabalhos de Marcel Carné e Robert Bresson.
O pós-guerra na Europa é marcado pelas medidas contra o cinema americano, na tentativa de desenvolver as várias cinematografias nacionais. O melhor exemplo é a criação, na França, do Centre National de la Cinématographie (CNC), ainda hoje um importante pilar na indústria cinematográfica francesa.
Ao contrário da Europa, a produção cinematográfica americana do inicio da década é pujante e capaz de produzir filmes tão diversos como: “As Vinhas da Ira” (drama social), “Rebecca, a Mulher Inesquecível” (thriller), “Núpcias de Escândalo” (comédia) e “O Grande Ditador” (sátira, foto ao lado). Com a entrada do país na guerra, Hollywood contribuiu também com a sua parte, quer através do recrutamento de atores e outros realizadores para a frente de batalha, quer com a produção de filmes de “propaganda”: recorde-se o trabalho do realizador Frank Capra para o exército e de filmes de ficção como “Mrs. Miniver”, “Since you Went Away”, “This is the Army”, “Thirty Seconds Over Tokyo” e, o melhor exemplo de todos, “Casablanca”.
O inicio da década é também marcada pela estreia do que é, hoje, considerado como o melhor filme de todos os tempos: “Cidadão Kane”. Escrito, realizado e interpretado por um jovem Orson Welles, o filme cedo se viu envolto em polêmica devido ao fato de relatar a história do magnata William Hearst, que tudo fez para impedir a distribuição do filme, acabando este por ser um fracasso de bilheteira.

Com o final da guerra avizinhava-se bons tempos para o cinema americano, tanto para mais que o ano de 1946 revelou-se o mais lucrativo até então. No entanto, um conjunto de fatores assombrou a indústria cinematográfica americana, nomeadamente: greves e inflação, que provocaram o aumento dos custos de produção, as restrições europeias à importação de filmes americanos; e o aparecimento da televisão. O resultado foi o declínio do número de espectadores de 90 milhões em 1948 para menos de 50 milhões dez anos mais tarde.

Paralelamente, os estúdios de Hollywood sofreram um rude golpe quando em 1948, por ordem do governo, se tiveram de desfazer das salas de cinema que detinham. Os estúdios ficaram, assim, sem forma de escoar diretamente os seus filmes (e controlar o mercado), passando a ficar sujeitos às exigências dos exibidores e dividir os lucros com estes.

1948 ficaria ainda marcado pelo inicio do Comitê de Investigação de Atividades Anti-Americanas, que tinha por objetivo investigar supostas atividades subversivas e erradicar a presença comunista na América. Embora tenha investigado vários setores da sociedade, Hollywood foi o alvo preferencial do Comitê devido à sua alta visibilidade. As investigações levaram à suposta identificação de um vasto número de pessoas com ligações ao partido comunista, tendo estes sido banidos de Hollywood durante anos. Alguns, nomeadamente argumentistas, conseguiram trabalhar sob pseudônimos, mas a maioria ficou sem trabalho.



PARTE VII

A HISTÓRIA DO CINEMA: 1950 A 1959
A Nova Onda
A década de 50 é marcada pelo acentuar das mudanças provocadas pela II Grande Guerra e revela-se propícia para o desenvolvimento de uma nova mentalidade cinematográfica. Se na Europa tentava-se reconstruir cinematografias com a ajuda do Estado, no outro lado do Atlântico a indústria cinematográfica enfrentava o Estado, nomeadamente nas investigações do Comitê de Investigação de Atividades Anti-Americanas e na decisão do Supremo Tribunal a obrigar os estúdios de Hollywood a desfazerem-se das suas salas de cinema.
Iniciadas em 1948, as investigações do Comité ganharam um novo fôlego quando, em 1951, elementos dos Dez de Hollywood denunciaram vários outros profissionais. Como resultado, o Comitê suspendeu dezenas de profissionais que só voltariam a trabalhar livremente no final da década.
A venda das salas de cinema que possuíam levou os estúdios a procurarem outras fontes de receitas e o aparecimento da televisão foi, ao mesmo tempo, uma bênção e uma dor de cabeça. Se por um lado, a televisão “roubou” espectadores às salas de cinema, também permitiu aos estúdios ganharem dinheiro com a venda de filmes para a pequena tela e alguns aproveitaram as suas estruturas para produzirem conteúdos televisivos.
http://images.mkenobi.multiply.com/image/1/photos/upload/300x300/TB-2VwooCF0AAC8rG3A1/dezmandamentos.jpg?et=Ioy%2B2zZGzhub4W%2CGamiPEQ&nmid=0Para combater a fuga de espectadores das salas de cinema, os estúdios começaram a apostar em avanços tecnológicos como os filmes em três dimensões e sistemas de projeção de grande formato. Se os filmes em três dimensões, que necessitavam de uns óculos especiais para serem apreciados, não passaram de uma curiosidade, já os sistemas de projeção de grande formato, como o CinemaScope, contribuíram para o surgimento do cinema espetáculo. Assim, chegam à grande tela filmes como “Os 10 Mandamentos” (foto, Charlton Heston, em Os Dez Mandamentos), “A Volta ao Mundo em 80 Dias”, “Cantando na Chuva” e “Sinfonia em Paris”: verdadeiros acontecimentos cinematográficos que marcaram a década e são, ainda hoje, marcos da história da sétima arte.
Mas dos estúdios não saíam apenas filmes espetaculares e obras como “Sindicato de Ladrões” e “High Noon”, e refletem uma sensibilidade mais realista e influenciada pelo pós-guerra.
http://images.mkenobi.multiply.com/image/1/photos/upload/300x300/TB-21wooCF0AADcXLvo1/truffaut3.jpg?et=6cvIHlNrLRmR12MhAuOVbg&nmid=0Após anos de quase obscuridão, a Europa vê as suas cinematografias se recuperarem e a década de 50 revelou-se bastante criativa e marcou uma ruptura com o passado. A França lidera essa mudança com o surgimento, no final da década, da Nouvelle Vague. Tendo por base uma visão cinematográfica mais livre e realista, onde o realizador é o autor da obra cinematográfica, o movimento deu a conhecer realizadores como François Truffaut (foto), Alain Resnais, Jean-Luc Godard, Roger Vadim, entre outros. Grande parte destes realizadores começou as suas carreiras na revista Cahiers du Cinéma e os seus trabalhos, como “Hiroshima, mon Amor”, “E Deus Criou a Mulher”, entre outros, refletem a própria sociedade em que vivem, muito longe da fantasia importada de Hollywood.
À semelhança do que se passava na França, também o cinema italiano sofre uma transformação graças a realizadores como Michelangelo Antonioni, Bernardo Bertolucci e Federico Fellini, cujos trabalhos reinventaram o cinema italiano, dando-lhe uma projeção internacional.
Na Suécia, o realizador Ingmar Bergman tem uma das suas décadas mais produtivas realizando “Morangos Silvestres” e “O Sétimo Selo”, que e o consagraram internacionalmente.



PARTE VIII

A HISTÓRIA DO CINEMA: 1960 A 1969
O Fim da Censura

http://images.mkenobi.multiply.com/image/1/photos/upload/300x300/TB-@jQooCF0AAGAdfbg1/photo-TB-@jQooCF0AAGAdfbg1.jpg?et=lwrH7FKYPVYBeyGaZAiYkw&nmid=0Os acontecimentos ocorridos nos anos anteriores que transformaram a indústria cinematográfica americana (fim do “studio system”, venda das salas de cinema pelos grandes estúdios e o aparecimento da televisão) pouco alteraram o tipo de filmes produzidos em Hollywood.
 Aliás, devido à ameaça da televisão, os estúdios apostavam cada vez mais em grandes espetáculos e na década de 60 chegam às salas de cinema filmes como “West Side Story”, “Cleópatra”, “A Noviça Rebelde”, entre outros. Para além destes, as audiências mais jovens, que tinham transformado “Psicose” num sucesso de bilheteria, tinham muitos outros filmes por onde escolher, entre eles os protagonizados por Elvis Presley (nove estrearam antes de 1964), a série de filmes de terror da American International Pictures (AIP) baseados nos livros de Edgar A. Poe e os filmes passados em praias.
Se os Estados Unidos apostavam em fórmulas já testadas, a restante cinematografia mundial, em particular a Europeia, mostrava-se fértil em inovações e os trabalhos de realizadores como Frederico Fellini, Michelangelo Antonioni e Jean-Luc Godard redefiniam a produção cinematográfica. A produção francesa revelou-se a mais inovadora e os filmes dos realizadores da Nouvelle Vague como Godard (Acossado), Luis Bunuel (A Bela da Tarde), Claude Lelouch (Um Homem e uma Mulher), Alain Resnais (O Ano Passado em Marienbad), permitiram ao cinema ganhar uma dimensão e relevância social até então desconhecidas. A produção italiana acompanhou esta mudança e os trabalhos de Fellini (A Doce Vida, Oito e Meio), Antonioni (A Aventura) e Luchino Visconti (Rocco e os seus Irmãos) dominam a produção do país e transportam-na para além das fronteiras. Tal como acontece na Polônia, com os trabalhos dos jovens realizadores Roman Polanski e Jerzy Skolimowski, e na Índia, com o primeiro filme da dupla Ismail Merchant (produtor indiano) e James Ivory (produtor americano): “Shakespeare Wallah”, um conflito de culturas entre o oriente e o ocidente.
Foi necessário chegar ao final da década para se assistir a alterações no panorama cinematográfico americano e que se deveram essencialmente a dois filmes estreados em 1967: “Bonnie & Clyde”, de Arthur Penn, e “A Primeira Noite de um Homem”, de Mike Nichols. Constituindo autênticas subversões de gêneros, os filmes foram um sucesso junto do público e abriram caminho à produção de filmes mais sombrios e cujos protagonistas representavam anti-herois, como “Easy Rider” e “Perdidos na Noite”, este o único filme classificado para adultos a ganhar o Oscar de melhor filme. Todos esses filmes representavam, ainda que timidamente, uma tentativa de Hollywood entrar na fase adulta, deixando de lado a ingenuidade das décadas passadas e os limites impostos pelo famigerado Código de Produção, que velho e inadequado acabaria substituído em 1968 por um sistema de classificação de filmes, que veio ajudar a essa transformação.






PARTE IX

A HISTÓRIA DO CINEMA: 1970 A 1979
O Blockbuster
A década de 70 foi palco de um conjunto de acontecimentos que alteraram o panorama da indústria cinematográfica norte-americana e, consequentemente, do resto do mundo. Após 25 anos de declínio econômico, os anos entre 69 e 71 revelaram-se o fundo de uma crise que alterou por completo a indústria. Exemplo dessa crise é o fato de a Metro-Goldwyn-Mayer, um dos símbolos da meca do cinema, ter se visto obrigada, em 1970, a leiloar o guarda-roupa e adereços das suas mais famosas produções.
http://images.mkenobi.multiply.com/image/1/photos/upload/300x300/TCADeAooCF0AADOh5ok1/scorsese5.jpg?et=H8zLc8I66ZLhu7jhG9VUig&nmid=0Muito embora os novos gêneros cinematográficos ganhassem destaque, Hollywood demonstrava, no início desta década, uma incapacidade de atrair o público mais jovem às salas de cinema e isso revelavasse no decrescente número de espectadores. A salvação da indústria esteve numa nova geração de realizadores, que cresceram vendo os filmes de Hollywood e reinventaram alguns gêneros cinematográficos, precisamente numa época de transformação social. Realizadores como Martin Scorsese (foto), George Lucas, Brian de Palma, Francis Ford Coppola e Steven Spielberg foram alguns dos nomes que reinventaram Hollywood e que, devido ao fato dos estúdios não encontrarem outras soluções, tinham liberdade (e dinheiro) para realizarem o que desejavam. Como resultado, na década de 70, foram produzidos filmes como “O Poderoso Chefão” (I e II), “O Exorcista”, “Operação França”, “Tubarão” e “Guerra nas Estrelas”. Todos eles grandes sucessos de bilheteira, em particular os dois últimos, que marcam o ponto de virada da indústria e criaram um “monstro” chamado blockbuster. Virado para um público jovem, repleto de ação e efeitos especiais, este tipo de filme transformou a economia de Hollywood e os estúdios cada vez mais dependente deles. Antes do blockbuster se “solidificar” na década seguinte, os realizadores que os criaram tiveram a oportunidade de inovar, produzindo filmes como “Nashville”, “Taxi Driver”, “Laranja Mecânica”, “O Franco Atirador”, entre muitos outros. Para além destes, Hollywood teve também algum sucesso com filmes mais tradicionais, como os filmes catástrofe “Inferno na Torre”, “Aeroporto”, “Terremoto”, entre outros, e até assistiu ao regresso dos musicais com “Os Embalos de Sábado à Noite” e “Greese”.
A transformação econômica dos anos 70 não ficou apenas marcada pelo nascimento do blockbuster e Hollywood viu o seu crescimento econômico também assentar em novas fontes de receitas: os multiplexes (complexos cinematográficos com várias salas de cinema), que permitiram exibir mais filmes e de uma forma mais lucrativa, e novos canais de televisão por cabo, como o Home Box Office (HBO), que permitiram aumentar a “vida” de um filme e retirar dai mais dividendos. Para além destas novas formas de exploração cinematográfica, Hollywood descobriu também a saturação publicitária, o marketing cinematográfico, nomeadamente em televisão, que em conjunto com a exibição de um filme em larga escala, traduziu-se em grandes receitas.
http://images.mkenobi.multiply.com/image/1/photos/upload/300x300/TCAEJQooCF0AAC3QyjE1/fassbinder1.JPG?et=GeKORTqQLUgj2LKp9W5FrA&nmid=0Tal como em Hollywood, o restante panorama cinematográfico mundial mostrava-se, também, muito sombrio no início da década de 70 e apenas o aparecimento de novos realizadores disfarçava a crise.
Na Inglaterra, a produção cinematográfica caiu vertiginosamente e apenas a utilização dos estúdios pelas produções norte-americanas conseguia manter a indústria do país à tona de água.
 Os anos 70 são também de crise para as cinematografias italianas e japonesas, enquanto que na Alemanha o novo cinema alemão, conhecido pela sua crítica aos valores burgueses, ganhava reconhecimento internacional, nomeadamente através dos filmes de Wim Wenders, Werner Herzog e Rainer Werner Fassbinder (foto). Tal como na Alemanha, também na Polônia, Austrália e Brasil viram as suas cinematografias reconhecidas, através, uma vez mais, do trabalho de novos realizadores como o dos poloneses Andrzej Wajda e Krszystof Kieslowski, do brasileiros Bruno Barreto e Arnaldo Jabor, e dos australianos Bruce Beresford, Peter Weir e George Miller.


PARTE X

A HISTÓRIA DO CINEMA: 1980 A 1989
Blockbusters, Parte II: As Sequelas
http://images.mkenobi.multiply.com/image/1/photos/upload/300x300/TCAJ9AooCF0AACF5Yy41/ghost-busters.jpg?et=Qb0K5MJXuDPYV%2C1vXLQUFw&nmid=0Após ter se reiventado na década anterior, a indústria cinematográfica norte-americana é dominada, nos anos 80, pelos blockbusters e pelas sequelas. Se em 1975 e 1977, “Tubarão” e “Guerra nas Estrelas”, respectivamente, demonstraram que existia uma vasta camada de público jovem que se sentia atraída por grandes espetáculos cinematográficos, “O Império Contra-Ataca” e “O Retorno de Jedi” provaram que o público queria mais do mesmo. Assim, a produção cinematográfica revelou-se uma competição para ver quem conseguia produzir o maior espetáculo, gerar mais sequelas, vender mais merchandising e, claro, gerar mais dinheiro.
O excesso, imagem de marca da década de 80, revelou-se em filmes como “Os Caça-Fantasmas”, “Rambo”, “Máquina Mortífera”, “Duro de Matar” e “Batman”, todos eles sucessos de bilheteria. Filmes dirigidos aos mais velhos tornaram-se escassos numa indústria que se reorganizou à volta do Verão e do Natal, períodos em que os mais jovens não têm aulas.
Dominado pelos filmes-espetáculo, Hollywood viu o orçamento médio de um filme disparar vertiginosamente, grande parte gasto em publicidade e como forma de proteger os seus investimentos, os estúdios contratam realizadores com provas dadas, pagos a peso de ouro. Neste cenário, alguns atores, “ajudados” pelos seus agentes ou por prêmios conquistados anteriormente, conseguiram salários verdadeiramente astronômicos, com base em complexos contratos que incluíam também parte dos lucros das receitas de bilheteira, e ganham um poder nunca antes visto.
Muito embora alguns fracassos comerciais, Hollywood manteve, durante a década, uma economia invejável, sustentada pelos sucessos de bilheteira, pela massificação dos gravadores de vídeo VHS e da televisão por cabo, assim como pelo aumento do domínio dos filmes norte-americanos nos mercados internacionais.
Preocupados em criar um espetáculo ainda maior que o anterior os grandes estúdios sentiam-se relutantes em apostar em histórias pouco convencionais e a procura de filmes de qualidade começou a ser preenchida, já no final da década, por empresas independentes como a New Line e a Miramax. Este movimento independente, que viria a consolidar-se nos anos 90, teve como pilar importante o Festival de Sundance, organizado pela Fundação com o mesmo nome criada pelo ator Robert Redford em 1980 para ajudar jovens realizadores. O Festival tornou-se uma excelente mostra, revelando novos talentos e dando a conhecer filmes que dificilmente chegariam às salas de cinema. O mais importante filme revelado pelo Festival foi nessa época foi “Sexo, Mentiras e Videotapes”, de Steven Sorderberg, que em 1989 transformou o panorama cinematográfico independente norte-americano e o próprio evento, confirmando que o cinema independente conseguia produzir filmes de qualidade e atrair público às salas de cinema.
Fora dos Estados Unidos, a década de 80 revelou-se um período prolífero em filmes de qualidade, embora as produções norte-americanas dominassem os diversos mercados internacionais. Na Europa, realizadores como Bertrand Tavernier e Diane Kurys (França), http://images.mkenobi.multiply.com/image/1/photos/upload/300x300/TCAKlwooCF0AADnxt4M1/almodovar6.jpg?et=01VGjqD8989InFtRmNK2Xg&nmid=0Pedro Almodóvar (Espanha - foto), Stephen Frears e Neil Jordan (Grã-Bertanha) são aclamados pelos seus filmes e aumentam o prestígio da produção europeia.
Na União Soviética, a década é um tempo de criatividade, resultado dos ventos de mudança que o país atravessa com a liderança de Mikhail Gorbachev, que não só permitiu uma maior integração com o Ocidente como permitiu uma liberdade de expressão até então inédita. O 5º Congresso dos realizadores soviéticos, em 1986, marca uma nova era de abertura e independência na produção cinematográfica do pais. Nikita Mikhalkov, Andrei Tarkovsky e Tergiz Abuladze são apenas alguns dos realizadores cujos trabalhos marcam esta nova era da cinematografia soviética.
Também atravessando um período de transformação, a China assiste a um rejuvenescimento cinematográfico, nomeadamente com a reabertura da Academia de Cinema de Beijing (fechada desde a Revolução Cultural nos anos 60) e cujos primeiros licenciados (Zhang Yimov, Chen Kaige, entre outros) dão um novo impulso ao cinema chinês e tornam-se internacionalmente conhecidos como a 5ª geração de realizadores chineses.




PARTE XI

A HISTÓRIA DO CINEMA: 1990 A 1999
Os Independentes

http://images.mkenobi.multiply.com/image/1/photos/upload/300x300/TCAOlwooCF0AAASNXb81/titanic1.jpg?et=tjC2RXNt%2Cl%2BHMF6CY6WqAQ&nmid=0À entrada da década de 90, os blockbusters continuavam a dominar Hollywood, mas os seus custos eram cada vez maiores e incomportáveis. Filmes com orçamentos de $100 e $200 milhões de dólares tornaram-se comuns devido aos custos dos efeitos especiais, mas principalmente devido aos salários das estrelas, que podiam atingir os $20 milhões de dólares por filme. Com estes custos grande parte das produções estavam condenadas a perder dinheiro, mas o sucesso de filmes como “Exterminador do Futuro 2 – O Dia do Julgamento”, “Jurassic Park”, “Forrest Gump”, “Independence Day” e, principalmente, “Titanic” (foto, com Leonardo Di Caprio e Kate Winslet), desafiavam a lógica e sustentavam a economia de Hollywood.
Ao passo que as pesquisas acerca de novos efeitos especiais corriam contra o tempo para acompanhar a produção de filmes antes considerados impossíveis, crescia também a expectativa do público por produções cada vez mais surpreendentes. Graças à tecnologia em CGI, efeitos visuais criavam personagens virtuais que interagiam na tela com atores de carne e osso. Filmes como “Jurassic Park” e “Forrest Gump” foram os pioneiros nessa nova tecnologia: no primeiro, atores fogem de dinossauros que parecem verdadeiros na tela; no segundo, o personagem de Tom Hanks contracena com grandes figuras da história americana recente, muitas delas falecidas.
À medida que os blockbusters cresciam em espectáculo e em custos surgiam no mercado filmes de menor orçamento, mas de maior qualidade e que aos poucos começaram a ganhar o seu espaço. Iniciado com a criação do Instituto Sundance na década de 80, este “movimento”, que incluía realizadores como Quentin Tarantino, Kevin Smith, os irmãos Cohen, Todd Solondz, entre outros, soube tirar proveito do mercado, explorando de uma forma extremamente eficaz os diversos canais de distribuição de filmes: vídeo, canais por cabo, internet, salas de cinema, etc.
http://images.mkenobi.multiply.com/image/1/photos/upload/300x300/TCAPOwooCF0AAAlmb4w1/LogoDreamworksSKG.jpg?et=W0z2yAV9itERQm%2CgbxeBJw&nmid=0Hollywood viu-se, então, confrontada com uma nova realidade, que teve o seu ponto alto no final da década quando a produtora independente Miramax dominou, quase por completo, a cerimônia de entrega do Oscar. Mais surpreendida ficou quando o filme de baixo orçamento “A Bruxa de Blair” (1999) arrecadou mais de $140 milhões de dólares, tornando-se um dos mais lucrativos filmes da história do cinema e obrigando Hollywood a levar a sério a internet como meio de comunicação e de divulgação.
Por detrás das câmaras, Hollywood também estava em transformação: a Disney tornou-se uma das mais poderosas empresas cinematográficas; a Orion Pictures, fundada em 1978, foi à falência em 1991 e três anos mais tarde o realizador Steven Spielberg, o ex-executivo da Disney Jeffrey Katzenberg e o magnata da música David Geffen formaram o primeiro estúdio de Hollywood em décadas, a Dreamworks SKG. Mas a transformação mais significativa dá-se a nível técnico, com o formato digital abrindo novas possibilidades, quer a nível de realização e montagem dos filmes, quer na distribuição destes. A verdadeira revolução digital a que se assistiu possibilitou a proliferação de novos realizadores, que de uma forma mais barata conseguiam realizar e distribuir os seus filmes.
Num mundo cada vez mais global e ajudado pelo movimento dos independentes nos Estados Unidos, diversas cinematografias nacionais começaram a ganhar o seu espaço: os filmes de Hong Kong, onde se destacam os protagonizados por Jackie Chan e Chow Yun-Fat, ganham cada vez maior aceitação no ocidente; Jane Campion e Peter Jackson dão uma nova força à cinematografia da Nova-Zelândia; “Retorno a Howards End”, “Traídos pelo Desejo”, entre outros reforçam a imagem de qualidade da Grã-Bertanha; na Dinamarca surge o único movimento cinematográfico da década (o Dogma 95, liderado por Lars Von Triers) e a Itália consegue a honra de ter dois filmes candidatos ao Oscar de melhor filme.




quinta-feira, 5 de julho de 2012

Aula do dia 05/07 (EVOLUÇÃO DO CINEMA - LINHA DO TEMPO)


FATOS QUE MARCARAM A HISTÓRIA DO CINEMA EM:

1900 a 1909
No início do século:
  • Os nickelondeos era a forma de entretenimento mais barata. 
  • O público era, principalmente a classe trabalhadora.
  • As salas eram bem pequenas, acomodavam até 30 espectadores.
  • O nome das salas, nickelondeos, era devido ao valor do ingresso: cerca de um níquel.


1910 a 1919 
Nos anos 10:
  • Por causa da guerra cai a produção européia e os filmes americanos começam a ganhar terreno.
  • Os nickelondeos praticamente não existiam foram substituido por salas de cinemas.
  • Os atores e realizadores tornam-se figuras públicas.
1920 a 1929
 Nos anos 20:
  •  Surgem os primeiros filmes sonoros, o que levou a ruina alguns atores como Mary Pick Ford.
  • O espírito pós guerra tem como reflexo a diversidade de filmes como os filmes de gangsters e documentários.
  • Acontece a primeira premição do Oscar.

1930 a 1939

Nos anos 30:
  • Os estúdios de Hollywood domína o mercado cinematográfico.
  • Surge um novo estilo de filme, o Musical.
  • Acontece a produção dos primeiros filmes a cores.
1940 a 1949

Nos anos 40:
  • Com a entrada do país na guerra, Hollywood contribui com recrutamento de atores e produção de filmes de "propaganda".
  • Greves e inflações provocam o aumento do custo das produções
  • Surgem as televisões, caem o número de espectadores. 

1950 a 1959
Nos anos 50:
  • O surgimento da televisão permitiu aos estúdios ganharem dinheiro com a venda de filmes para a televisão.
  • Surgem os filmes em 3D como aposta para combater a fuga de espectadores das salas de cinema.
1960 a 1969
Nos anos 60:
  • Até este ano havia um código de conduta no cinema proibindo filmes que abordassem temas como aborto e homossexualidade. Em 1968 esse código foi substituido por um sistema de classificação de filme por faixa etária.


1970 a 1979
Nos anos 70:
  • Os filmes não atraiam o público jovem. Como consequencia, o número de espectadores decrescia.
  • Ford Coppola e Steven Spielberg, alguns dos nomes que reiventam o cinema com filmes como "Tubarão" e "Gerra nas Estrelas". Surgem os grandes sucessos do cinema.
1980 a 1989

 1990 a 1999
CASSIOPÉIA

Você sabia que o primeira produção de um longa-metragem de origem virtual é brasileira? O dono desse feito é a produção nacional Cassiopéia, que custou 1,5 milhão.

Cassiopéia é um filme puramente computacional, sem escaneamento exterior de imagens ou vetorização de modelos reais ou misturas com outras técnicas e com oitenta minutos, inaugurou uma nova fase no cinema estabelecendo métodos, conceitos, sistemas, formas e linguagem dentro da nova tecnologia.


Dirigido pelo animador Clóvis Vieira, Cassiopéia teve uma equipe de três diretores de animaçãoe onze animadores, trabalhando em dezessete microcomputadores 486 DX2-66.

O mais  curioso é saber que o primeiro modelo de personagem foi feito em um 386 SX de 20Mhz e o software utilizado foi o Topas Animator produzido pela Crystal Graphics.



  Encaixar o filme na programação de cinema das grandes redes brasileiras foi um desafio e tanto, com muita luta o filme foi exibido durante as olimpiadas de Atlanta em 96, quatro anos após sua produção e num período de baixa fraquência devidos a transmissão dos jogos olímpicos.


Talvez seja por isso o seu esquecimento histórico.

 

Concorrência desleal
 

Um concorrente bem mais poderoso surgiu pelo pioneirismo.
Após desobrir que a produção brasileira já havia chegado a 40 minutos prontos, a Disney resolveu investir 60 milhões para tomar a dianteira da produção.


Além disso, fizeram uma grande campanha de marketing, na tentativa de afirmar que Toy Story (EUA, 1995) era o primeiro filme totalmente criado em computador.


Reconhecimento
Para sorte do projeto nacional, a Disney havia usado modelos em argila para criação antes do computador, e por isso Cassiopéia foi considerado o primeiro filme a ser produzido totalmente por computação gráfica.



Curiosidades



+ De acordo com um post encontrado no site clubeletras, é possível encontrar DVD de Cassiopeia no Restaurante Nellos, em Sâo Paulo, cujo dono ajudou a produzir o filme. Inclusive eles têm no cardápio uma promoção, peça uma refeição infantil e leve de brinde o filme.

segunda-feira, 2 de julho de 2012

ARTE PRIMITIVA OU ARTE NAIF



O que se convencionou chamar arte primitiva a que é produzida por artistas não-eruditos, a partir de temas populares geralmente inspirados no meio rural. Já quando o tema é urbano, costuma-se utilizar o termo naïve ("ingênuo", em francês), que se pronuncia "naíf", e ganha especial relevância entre artistas franceses e haitianos para designar os pintores que rejeitam as regras convencionais da pintura ou não tiveram acesso a elas.


Para o crítico de arte Américo Pellegrini Filho, a arte popular se caracteriza pelo autodidatismo¹, por técnicas rudimentares adquiridas de modo empírico, pela espontaneidade e liberdade de expressão, e informalismo (ausência de aspectos formais acadêmicos, como composição, perspectiva e respeito às cores reais).


¹Autodidata é a pessoa que tem a capacidade de aprender algo sem ter um professor ou mestre lhe ensinando ou ministrando aulas. O próprio indivíduo, com seu esforço particular, intui, busca e pesquisa o material necessário para sua aprendizagem.
Para o autodidata, o processo de pesquisa tem mais valor que o próprio resultado, pois ao buscar uma informação, acaba se apropriando de vários outros conhecimentos.





REFERENCIA:
http://www.artcanal.com.br/oscardambrosio/artenaif.htm ACESSO EM 02/07/2012
http://pt.wikipedia.org/wiki/Autodidata  ACESSO EM 02/07/2012
http://www.museunaif.com.br/mianarte.asp?cid=1&vparte=1  ACESSO EM 02/07/2012