Relembrando os grupos de trabalho:
*1900-1909 e 1910-1919= Natália D., Andressa, Lara Z., Nayara G.
*1920-1929 e 1930-1939= Victor, Diogo, Arthur M.
*1940-1949 e 1950-1959= Eduarda, Yasmeen, Lara P., Carol, Mariane
*1960-1969 e 1970-1979= Arthur B., Arthur C., Matheus
*1980-1989 e 1990-1999= Henrique
*2000-20.. e Cinema Nacional= Raysa, Lara, Pietra, Cinthia e Paloma
TRABALHO:
Ler o texto e definir:
1.: Fatos interessantes para o painel "linha do tempo";
2.: Fatos interessante para ser trabalhado como charge;
3.:Fato para ser trabalhado como fotografia;
4.:Fato que servirá de base para produção de um curta metragem
5.:Premiação, ou fato que se tornará uma escultura.
Obs.: Nada impede que uma pessoa de um grupo, ajude outro grupo, ou que na hora de trabalhar você trabalhe outra data, outra época.
Porém para a vernissage é interessante ter trabalho de todas as épocas desde o início do cinema até os dias de hoje. Por isso precisamos de um trabalho de cada década.
Incrementem o trabalho pesquisando mais fatos do que o que disponibilizei aqui!
Obs. 2: Para próxima aula precisaremos de:
Papel crafite branco
Papelão
Lapis de cor, giz de cera, papel para colagem ou outro material para a construção de um painel.
Incrementem o trabalho pesquisando mais fatos do que o que disponibilizei aqui!
Obs. 2: Para próxima aula precisaremos de:
Papel crafite branco
Papelão
Lapis de cor, giz de cera, papel para colagem ou outro material para a construção de um painel.
PARTE II
A HISTÓRIA DO CINEMA:
1900 A 1909
Os nickelodeons

Com o passar dos anos, o cinema deixa de ser visto como algo menor e começa a atrair a atenção das classes mais altas. Para isso muito contribuíram os filmes de Edwin S. Porter, nomeadamente “The Life of an American Fireman” e o épico “The Great Train Robbery” (na foto, em detalhe). Com uma duração inédita de 12 minutos, “The Great Train Robbery” utilizava algumas técnicas narrativas que viriam a ser desenvolvidas ao longo dos anos, o que possibilitou captar um tipo de público diferente do habitual.
Na Europa, a empresa francesa Film d’Art começa a produzir conhecidas adaptações literárias protagonizadas por consagrados atores de teatro, o que levou a um aumento da produção de filmes cada vez mais longos e vendidos a preços mais altos: dois bons exemplos são “La Reine Elisabeth” e “O Nascimento de uma Nação”. França e Nova Iorque eram os grandes centros de produção cinematográfica, sendo as francesas Gaumont e Pathé, as maiores produtoras cinematográficas do mundo. No outro lado do atlântico, as maiores produtoras eram a Biograph, a Edison e a Vitagraph, cujo negócio tinha por base a venda de filmes a metro e de equipamento de projecção aos exibidores.
O final da década viu também o fim de uma luta entre várias empresas pelas patentes de equipamento cinematográfico e, em 1908, é criada a Motion Pictures Patents Company, conhecida como Fundo Edison. Esta empresa controlava a distribuição, produção e exibição cinematográfica e obrigava produtores e exibidores a comprarem material aprovado pelo Fundo, controlando, em monopólio, a indústria cinematográfica americana.
À medida que as salas de cinema proliferavam, também a tecnologia se desenvolvia, nomeadamente a nível da projeção, tendo-se desenvolvido um conjunto de processos que perduram até hoje.
Nos Estados Unidos do final de década, os nickelodeons estavam no seu auge, sendo vistos por milhões de pessoas diariamente. Mas brevemente seriam substituído por verdadeiras salas de cinema, uma vez que os grandes estúdios de Hollywood, estavam prestes a nascer.
PARTE III
A HISTÓRIA DO CINEMA:
1910 A 1919
O início da indústria
cinematográfica e a influência da I Grande Guerra
Depois de nos primeiros anos ser visto
como uma novidade, o cinema começa a desenvolver-se e as transformações que
ocorrem durante a década de 1910 são os primeiros sinais de uma indústria que
viria a marcar intensamente o século XX.

Um dos realizadores que mais se destaca neste período é D.W.Griffith que realiza, em 1915, um dos filmes mais marcantes da história do cinema: “O Nascimento de uma Nação” (foto, em destaque).
Um dos fatores decisivos que contribuiu para o desenvolvimento do cinema como industria foi a alteração da reação do público em relação aos atores.
Constatando que o público reagia a
determinados atores, a ponto de querer saber mais sobre as suas vidas pessoais)
os responsáveis pelos estúdios potenciaram essa situação, dando nome aos atores
e criando, por vezes, “personagens reais” para alimentar a vontade do público.
Nasce, assim, a estrela de cinema, que Hollywood conseguiu potenciar como ninguém.
De França e Inglaterra chegam
longas-metragens como “La Dame aux Camélias” (1911), “Henry VIII” (1911) e
“Hamlet” (1913) que encontram uma grande receptividade junto de uma classe
média cada vez mais receptiva à sétima arte, que deixa de ser uma mera forma de
entretenimento para as classes trabalhadoras. Devido a estes acontecimentos, os
nickelodeons entram em declínio e com eles a MPPC.
A década fica marcada pela I Grande
Guerra Mundial, que inevitavelmente influenciou também a sétima arte. Se até
então o mercado mundial era dominado pelas produções francesas e americanas,
com o início do conflito os filmes americanos começam a ganhar terreno devido à
redução da produção europeia (com excepção da Suécia, cuja neutralidade
permitiu manter uma regular produção cinematográfica).

Reflexo disso mesmo é a criação, em
1919, da distribuidora United Artists por Charlie Chaplin, Mary Pickford, D.W.
Griffith e Douglas Fairbanks (na
foto em destaque).
O final da década evidenciava já o que viria a acontecer nas décadas seguintes: o crescimento de Hollywood e o seu domínio na industria cinematográfica mundial.
PARTE IV
A HISTÓRIA DO CINEMA:
1920 A 1929
A era do sonoro


Em Hollywood, as estrelas de cinema, à semelhança dos papeis que interpretam, vivem histórias pessoais rocambolescas: Rudolph Valentino (na foto, em O Sheik, de 1921), que se tornara um dos mais famosos galãs da sétima arte, morre em 1926; o comediante Fatty Arbuckle abandona a sua carreira cinematográfica devido às suspeitas de assassinato da atriz Virginia Rappe; em 1918, as salas de cinema recusam-se a exibir os filmes de Francis X. Bushman, quando se tornam públicas as suas aventuras extra-conjugais.
O final da década viria a ser marcada por um dos mais importantes acontecimentos da história do cinema: a exibição do primeiro filme sonoro. Muito embora as experiências de Thomas Edison, foi a pequena empresa Vitaphone (criada pela Warner Bros. e pela Wester Electric) a desenvolver um sistema eficaz e a produzir os primeiros curtas-metragens sonoros em 1926 e um ano mais tarde o primeiro longa-metragem sonoro: “The Jazz Singer”, realizada por Alan Crosland e interpretação de Al Jolson.
Os filmes sonoros foram um sucesso imediato e por volta do final da década, perto de metade das salas de cinema americanas estavam preparadas para exibir filmes sonoros. Muito embora o seu sucesso, o sonoro levou à ruína alguns atores: uns não tinham a voz mais indicada para o novo registro cinematográfico, outros, como Mary Pickford (na foto, em destaque), não conseguiram fugir à imagem que construíram durante a era do mudo e retiraram-se.
A década não terminaria sem mais um acontecimento importante e que iria influenciar a economia mundial, incluindo a indústria cinematográfica: a queda da bolsa de Nova York em Outubro de 1929 e o início da depressão econômica.
PARTE V
A HISTÓRIA DO CINEMA:
1930 A 1939
O “studio system”
Nos Estados Unidos, a década de 30 é
marcada pelo domínio dos grandes estúdios de Hollywood, que anos antes tinham
lutado contra o domínio da Motion Pictures Patents Company, sendo possível
identificar estilos próprios: a Metro-Goldwyn-Mayer era conhecida pelas suas
estrelas e filmes de qualidade, a “pobre” Columbia Pictures pelas comédias de
Frank Capra e a Warner Bros. pelos seus dramas sociais e filmes de gangsters.

O início da década de 30 é também
marcado pela produção dos primeiros filmes a cores: o desenho animado da Walt
Disney Pictures “Flowers and Trees”, de 1933, e o longa-metragem “Becky Sharp”,
de 1935. Em desenvolvimento desde a década de 1890, a tecnologia de filmes a
cores teve o seu melhor exemplo com o épico “E o Vento Levou” (foto, com Clark Gable e Vivien Leigh).
Produzido em 1939, o filme foi um dos muitos que se produziram durante o que é
considerado o melhor ano da história da sétima arte. Outros filmes produzidos
nesse ano: “A Mulher Faz o Homem”, “Ninotchka”, “O Mágico de Oz”, “Gunga Din”.
Na França, o trabalho de realizadores
como Jean Renoir, Jean Vigo, René Clair e Marcel Carné refletem uma visão negra
que antecipa a guerra que se avizinhava. Antes da guerra, a Alemanha produzia
mais de 200 filmes por ano, onde se destacavam os trabalhos de Fritz Lang e
G.B.Pabst. Após a ascensão de Hitler em 1933, a indústria cinematográfica alemã
passa a ser controlada pelo Ministro da Propaganda, Joseph Goebbles, dando
origem a verdadeiras homenagens ao fascismo, como o filme de Leni Riefenstahl
“O Triunfo da Vontade”. Na Espanha, o cinema é controlado pela Companhia
Industrial del Film Espanol e com a ascensão do ditador Franco, no final da
década, os filmes passam para a mão do Estado. Na União Soviética, a produção é
dominada por dramas, adaptações literárias e acontecimentos históricos,
destacando-se o trabalho do realizador Sergei Eisenstein.
PARTE VI
A HISTÓRIA DO CINEMA:
1940 A 1949
A influência da II
Grande Guerra no panorama cinematográfico mundial
A
2ª Guerra Mundial é o
grande acontecimento da década de 40 e está na origem da mudança do panorama
cinematográfico mundial, refletindo-se no número de filmes produzidos e nos
temas abordados.
Inevitavelmente, a Europa foi onde os
efeitos do conflito mais se fizeram sentir: se por um lado grande parte dos países
viram a sua produção diminuir drasticamente, outros, como a Alemanha e a União
Soviética, chegaram a aumentar a sua produção. Devido ao regime vigente, a
Alemanha manteve uma produção ativa com mais de 1000 filmes produzidos durante
os anos em que Hitler esteve no poder, na sua maioria filmes de propaganda.
Após a guerra e com a divisão da Alemanha, a produção igualmente se dividiu,
refletindo visões artísticas diferentes. No caso soviético e com a entrada do
país na guerra, em 1941, a produção cinematográfica centrou-se em documentários
de propaganda, em filmes de entretenimento e dramas, como “Ivan, o Terrivel”
(Parte I) de Sergei Eisentein.

O pós-guerra na Europa é marcado pelas medidas contra o cinema americano, na tentativa de desenvolver as várias cinematografias nacionais. O melhor exemplo é a criação, na França, do Centre National de la Cinématographie (CNC), ainda hoje um importante pilar na indústria cinematográfica francesa.
Ao contrário da Europa, a produção cinematográfica americana do inicio da década é pujante e capaz de produzir filmes tão diversos como: “As Vinhas da Ira” (drama social), “Rebecca, a Mulher Inesquecível” (thriller), “Núpcias de Escândalo” (comédia) e “O Grande Ditador” (sátira, foto ao lado). Com a entrada do país na guerra, Hollywood contribuiu também com a sua parte, quer através do recrutamento de atores e outros realizadores para a frente de batalha, quer com a produção de filmes de “propaganda”: recorde-se o trabalho do realizador Frank Capra para o exército e de filmes de ficção como “Mrs. Miniver”, “Since you Went Away”, “This is the Army”, “Thirty Seconds Over Tokyo” e, o melhor exemplo de todos, “Casablanca”.
O inicio da década é também marcada
pela estreia do que é, hoje, considerado como o melhor filme de todos os
tempos: “Cidadão Kane”. Escrito, realizado e interpretado por um jovem Orson
Welles, o filme cedo se viu envolto em polêmica devido ao fato de relatar a
história do magnata William Hearst, que tudo fez para impedir a distribuição do
filme, acabando este por ser um fracasso de bilheteira.
Com o final da guerra avizinhava-se bons tempos para o cinema americano, tanto para mais que o ano de 1946 revelou-se o mais lucrativo até então. No entanto, um conjunto de fatores assombrou a indústria cinematográfica americana, nomeadamente: greves e inflação, que provocaram o aumento dos custos de produção, as restrições europeias à importação de filmes americanos; e o aparecimento da televisão. O resultado foi o declínio do número de espectadores de 90 milhões em 1948 para menos de 50 milhões dez anos mais tarde.
Paralelamente, os estúdios de Hollywood sofreram um rude golpe quando em 1948, por ordem do governo, se tiveram de desfazer das salas de cinema que detinham. Os estúdios ficaram, assim, sem forma de escoar diretamente os seus filmes (e controlar o mercado), passando a ficar sujeitos às exigências dos exibidores e dividir os lucros com estes.
1948 ficaria ainda marcado pelo inicio do Comitê de Investigação de Atividades Anti-Americanas, que tinha por objetivo investigar supostas atividades subversivas e erradicar a presença comunista na América. Embora tenha investigado vários setores da sociedade, Hollywood foi o alvo preferencial do Comitê devido à sua alta visibilidade. As investigações levaram à suposta identificação de um vasto número de pessoas com ligações ao partido comunista, tendo estes sido banidos de Hollywood durante anos. Alguns, nomeadamente argumentistas, conseguiram trabalhar sob pseudônimos, mas a maioria ficou sem trabalho.
PARTE VII
A HISTÓRIA DO CINEMA:
1950 A 1959
A Nova Onda
A década de 50 é marcada pelo acentuar
das mudanças provocadas pela II Grande Guerra e revela-se propícia para o
desenvolvimento de uma nova mentalidade cinematográfica. Se na Europa
tentava-se reconstruir cinematografias com a ajuda do Estado, no outro lado do
Atlântico a indústria cinematográfica enfrentava o Estado, nomeadamente nas
investigações do Comitê de Investigação de Atividades Anti-Americanas e na
decisão do Supremo Tribunal a obrigar os estúdios de Hollywood a desfazerem-se
das suas salas de cinema.
Iniciadas em 1948, as investigações do
Comité ganharam um novo fôlego quando, em 1951, elementos dos Dez de Hollywood
denunciaram vários outros profissionais. Como resultado, o Comitê suspendeu
dezenas de profissionais que só voltariam a trabalhar livremente no final da
década.
A venda das salas de cinema que
possuíam levou os estúdios a procurarem outras fontes de receitas e o
aparecimento da televisão foi, ao mesmo tempo, uma bênção e uma dor de cabeça.
Se por um lado, a televisão “roubou” espectadores às salas de cinema, também
permitiu aos estúdios ganharem dinheiro com a venda de filmes para a pequena
tela e alguns aproveitaram as suas estruturas para produzirem conteúdos
televisivos.

Mas dos estúdios não saíam apenas
filmes espetaculares e obras como “Sindicato de Ladrões” e “High Noon”, e
refletem uma sensibilidade mais realista e influenciada pelo pós-guerra.

À semelhança do que se passava na
França, também o cinema italiano sofre uma transformação graças a realizadores
como Michelangelo Antonioni, Bernardo Bertolucci e Federico Fellini, cujos
trabalhos reinventaram o cinema italiano, dando-lhe uma projeção internacional.
Na Suécia, o realizador Ingmar Bergman
tem uma das suas décadas mais produtivas realizando “Morangos Silvestres” e “O
Sétimo Selo”, que e o consagraram internacionalmente.
PARTE VIII
A HISTÓRIA DO CINEMA:
1960 A 1969
O Fim da Censura

Aliás, devido à ameaça da televisão, os
estúdios apostavam cada vez mais em grandes espetáculos e na década de 60
chegam às salas de cinema filmes como “West Side Story”, “Cleópatra”, “A Noviça
Rebelde”, entre outros. Para além destes, as audiências mais jovens, que tinham
transformado “Psicose” num sucesso de bilheteria, tinham muitos outros filmes por
onde escolher, entre eles os protagonizados por Elvis Presley (nove estrearam
antes de 1964), a série de filmes de terror da American International Pictures
(AIP) baseados nos livros de Edgar A. Poe e os filmes passados em praias.
Se os Estados Unidos apostavam em
fórmulas já testadas, a restante cinematografia mundial, em particular a
Europeia, mostrava-se fértil em inovações e os trabalhos de realizadores como
Frederico Fellini, Michelangelo Antonioni e Jean-Luc Godard redefiniam a
produção cinematográfica. A produção francesa revelou-se a mais inovadora e os
filmes dos realizadores da Nouvelle Vague como Godard (Acossado), Luis Bunuel
(A Bela da Tarde), Claude Lelouch (Um Homem e uma Mulher), Alain Resnais (O Ano
Passado em Marienbad), permitiram ao cinema ganhar uma dimensão e relevância
social até então desconhecidas. A produção italiana acompanhou esta mudança e
os trabalhos de Fellini (A Doce Vida, Oito e Meio), Antonioni (A Aventura) e
Luchino Visconti (Rocco e os seus Irmãos) dominam a produção do país e
transportam-na para além das fronteiras. Tal como acontece na Polônia, com os
trabalhos dos jovens realizadores Roman Polanski e Jerzy Skolimowski, e na
Índia, com o primeiro filme da dupla Ismail Merchant (produtor indiano) e James
Ivory (produtor americano): “Shakespeare Wallah”, um conflito de culturas entre
o oriente e o ocidente.
Foi necessário chegar ao final da
década para se assistir a alterações no panorama cinematográfico americano e
que se deveram essencialmente a dois filmes estreados em 1967: “Bonnie &
Clyde”, de Arthur Penn, e “A Primeira Noite de um Homem”, de Mike Nichols.
Constituindo autênticas subversões de gêneros, os filmes foram um sucesso junto
do público e abriram caminho à produção de filmes mais sombrios e cujos
protagonistas representavam anti-herois, como “Easy Rider” e “Perdidos na
Noite”, este o único filme classificado para adultos a ganhar o Oscar de melhor
filme. Todos esses filmes representavam, ainda que timidamente, uma tentativa
de Hollywood entrar na fase adulta, deixando de lado a ingenuidade das décadas
passadas e os limites impostos pelo famigerado Código de Produção, que velho e
inadequado acabaria substituído em 1968 por um sistema de classificação de
filmes, que veio ajudar a essa transformação.
PARTE IX
A HISTÓRIA DO CINEMA:
1970 A 1979
O Blockbuster
A década de 70 foi palco de um
conjunto de acontecimentos que alteraram o panorama da indústria
cinematográfica norte-americana e, consequentemente, do resto do mundo. Após 25
anos de declínio econômico, os anos entre 69 e 71 revelaram-se o fundo de uma
crise que alterou por completo a indústria. Exemplo dessa crise é o fato de a
Metro-Goldwyn-Mayer, um dos símbolos da meca do cinema, ter se visto obrigada,
em 1970, a leiloar o guarda-roupa e adereços das suas mais famosas produções.

A transformação econômica dos anos 70
não ficou apenas marcada pelo nascimento do blockbuster e Hollywood viu o seu
crescimento econômico também assentar em novas fontes de receitas: os
multiplexes (complexos cinematográficos com várias salas de cinema), que
permitiram exibir mais filmes e de uma forma mais lucrativa, e novos canais de
televisão por cabo, como o Home Box Office (HBO), que permitiram aumentar a
“vida” de um filme e retirar dai mais dividendos. Para além destas novas formas
de exploração cinematográfica, Hollywood descobriu também a saturação
publicitária, o marketing cinematográfico, nomeadamente em televisão, que em
conjunto com a exibição de um filme em larga escala, traduziu-se em grandes
receitas.
Tal
como em Hollywood, o restante panorama cinematográfico mundial mostrava-se,
também, muito sombrio no início da década de 70 e apenas o aparecimento de
novos realizadores disfarçava a crise.

Na Inglaterra, a produção
cinematográfica caiu vertiginosamente e apenas a utilização dos estúdios pelas
produções norte-americanas conseguia manter a indústria do país à tona de água.
Os anos 70 são também de crise para as
cinematografias italianas e japonesas, enquanto que na Alemanha o novo cinema
alemão, conhecido pela sua crítica aos valores burgueses, ganhava
reconhecimento internacional, nomeadamente através dos filmes de Wim Wenders,
Werner Herzog e Rainer Werner Fassbinder (foto). Tal como na Alemanha, também na
Polônia, Austrália e Brasil viram as suas cinematografias reconhecidas,
através, uma vez mais, do trabalho de novos realizadores como o dos poloneses
Andrzej Wajda e Krszystof Kieslowski, do brasileiros Bruno Barreto e Arnaldo
Jabor, e dos australianos Bruce Beresford, Peter Weir e George Miller.
PARTE X
A HISTÓRIA DO CINEMA:
1980 A 1989
Blockbusters, Parte II:
As Sequelas

O excesso, imagem de marca da década
de 80, revelou-se em filmes como “Os Caça-Fantasmas”, “Rambo”, “Máquina
Mortífera”, “Duro de Matar” e “Batman”, todos eles sucessos de bilheteria.
Filmes dirigidos aos mais velhos tornaram-se escassos numa indústria que se
reorganizou à volta do Verão e do Natal, períodos em que os mais jovens não têm
aulas.
Dominado pelos filmes-espetáculo,
Hollywood viu o orçamento médio de um filme disparar vertiginosamente, grande
parte gasto em publicidade e como forma de proteger os seus investimentos, os
estúdios contratam realizadores com provas dadas, pagos a peso de ouro. Neste
cenário, alguns atores, “ajudados” pelos seus agentes ou por prêmios
conquistados anteriormente, conseguiram salários verdadeiramente astronômicos,
com base em complexos contratos que incluíam também parte dos lucros das
receitas de bilheteira, e ganham um poder nunca antes visto.
Muito embora alguns fracassos
comerciais, Hollywood manteve, durante a década, uma economia invejável,
sustentada pelos sucessos de bilheteira, pela massificação dos gravadores de
vídeo VHS e da televisão por cabo, assim como pelo aumento do domínio dos
filmes norte-americanos nos mercados internacionais.
Preocupados em criar um espetáculo ainda maior que o anterior os grandes estúdios sentiam-se relutantes em apostar em histórias pouco convencionais e a procura de filmes de qualidade começou a ser preenchida, já no final da década, por empresas independentes como a New Line e a Miramax. Este movimento independente, que viria a consolidar-se nos anos 90, teve como pilar importante o Festival de Sundance, organizado pela Fundação com o mesmo nome criada pelo ator Robert Redford em 1980 para ajudar jovens realizadores. O Festival tornou-se uma excelente mostra, revelando novos talentos e dando a conhecer filmes que dificilmente chegariam às salas de cinema. O mais importante filme revelado pelo Festival foi nessa época foi “Sexo, Mentiras e Videotapes”, de Steven Sorderberg, que em 1989 transformou o panorama cinematográfico independente norte-americano e o próprio evento, confirmando que o cinema independente conseguia produzir filmes de qualidade e atrair público às salas de cinema.
Preocupados em criar um espetáculo ainda maior que o anterior os grandes estúdios sentiam-se relutantes em apostar em histórias pouco convencionais e a procura de filmes de qualidade começou a ser preenchida, já no final da década, por empresas independentes como a New Line e a Miramax. Este movimento independente, que viria a consolidar-se nos anos 90, teve como pilar importante o Festival de Sundance, organizado pela Fundação com o mesmo nome criada pelo ator Robert Redford em 1980 para ajudar jovens realizadores. O Festival tornou-se uma excelente mostra, revelando novos talentos e dando a conhecer filmes que dificilmente chegariam às salas de cinema. O mais importante filme revelado pelo Festival foi nessa época foi “Sexo, Mentiras e Videotapes”, de Steven Sorderberg, que em 1989 transformou o panorama cinematográfico independente norte-americano e o próprio evento, confirmando que o cinema independente conseguia produzir filmes de qualidade e atrair público às salas de cinema.
Fora dos Estados Unidos, a década de
80 revelou-se um período prolífero em filmes de qualidade, embora as produções
norte-americanas dominassem os diversos mercados internacionais. Na Europa, realizadores
como Bertrand Tavernier e Diane Kurys (França),
Pedro
Almodóvar (Espanha - foto),
Stephen Frears e Neil Jordan (Grã-Bertanha) são aclamados pelos seus filmes e
aumentam o prestígio da produção europeia.
Na União Soviética, a década é um tempo de criatividade, resultado dos ventos de mudança que o país atravessa com a liderança de Mikhail Gorbachev, que não só permitiu uma maior integração com o Ocidente como permitiu uma liberdade de expressão até então inédita. O 5º Congresso dos realizadores soviéticos, em 1986, marca uma nova era de abertura e independência na produção cinematográfica do pais. Nikita Mikhalkov, Andrei Tarkovsky e Tergiz Abuladze são apenas alguns dos realizadores cujos trabalhos marcam esta nova era da cinematografia soviética.
Também atravessando um período de transformação, a China assiste a um rejuvenescimento cinematográfico, nomeadamente com a reabertura da Academia de Cinema de Beijing (fechada desde a Revolução Cultural nos anos 60) e cujos primeiros licenciados (Zhang Yimov, Chen Kaige, entre outros) dão um novo impulso ao cinema chinês e tornam-se internacionalmente conhecidos como a 5ª geração de realizadores chineses.

Na União Soviética, a década é um tempo de criatividade, resultado dos ventos de mudança que o país atravessa com a liderança de Mikhail Gorbachev, que não só permitiu uma maior integração com o Ocidente como permitiu uma liberdade de expressão até então inédita. O 5º Congresso dos realizadores soviéticos, em 1986, marca uma nova era de abertura e independência na produção cinematográfica do pais. Nikita Mikhalkov, Andrei Tarkovsky e Tergiz Abuladze são apenas alguns dos realizadores cujos trabalhos marcam esta nova era da cinematografia soviética.
Também atravessando um período de transformação, a China assiste a um rejuvenescimento cinematográfico, nomeadamente com a reabertura da Academia de Cinema de Beijing (fechada desde a Revolução Cultural nos anos 60) e cujos primeiros licenciados (Zhang Yimov, Chen Kaige, entre outros) dão um novo impulso ao cinema chinês e tornam-se internacionalmente conhecidos como a 5ª geração de realizadores chineses.
PARTE XI
A HISTÓRIA DO CINEMA:
1990 A 1999
Os Independentes

Ao passo que as pesquisas acerca de
novos efeitos especiais corriam contra o tempo para acompanhar a produção de
filmes antes considerados impossíveis, crescia também a expectativa do público
por produções cada vez mais surpreendentes. Graças à tecnologia em CGI, efeitos
visuais criavam personagens virtuais que interagiam na tela com atores de carne
e osso. Filmes como “Jurassic Park” e “Forrest Gump” foram os pioneiros nessa
nova tecnologia: no primeiro, atores fogem de dinossauros que parecem
verdadeiros na tela; no segundo, o personagem de Tom Hanks contracena com
grandes figuras da história americana recente, muitas delas falecidas.
À medida que os blockbusters cresciam em espectáculo e em custos surgiam no mercado filmes de menor orçamento, mas de maior qualidade e que aos poucos começaram a ganhar o seu espaço. Iniciado com a criação do Instituto Sundance na década de 80, este “movimento”, que incluía realizadores como Quentin Tarantino, Kevin Smith, os irmãos Cohen, Todd Solondz, entre outros, soube tirar proveito do mercado, explorando de uma forma extremamente eficaz os diversos canais de distribuição de filmes: vídeo, canais por cabo, internet, salas de cinema, etc.
À medida que os blockbusters cresciam em espectáculo e em custos surgiam no mercado filmes de menor orçamento, mas de maior qualidade e que aos poucos começaram a ganhar o seu espaço. Iniciado com a criação do Instituto Sundance na década de 80, este “movimento”, que incluía realizadores como Quentin Tarantino, Kevin Smith, os irmãos Cohen, Todd Solondz, entre outros, soube tirar proveito do mercado, explorando de uma forma extremamente eficaz os diversos canais de distribuição de filmes: vídeo, canais por cabo, internet, salas de cinema, etc.

Por detrás das câmaras, Hollywood
também estava em transformação: a Disney tornou-se uma das mais poderosas
empresas cinematográficas; a Orion Pictures, fundada em 1978, foi à falência em
1991 e três anos mais tarde o realizador Steven Spielberg, o ex-executivo da
Disney Jeffrey Katzenberg e o magnata da música David Geffen formaram o
primeiro estúdio de Hollywood em décadas, a Dreamworks SKG. Mas a transformação
mais significativa dá-se a nível técnico, com o formato digital abrindo novas
possibilidades, quer a nível de realização e montagem dos filmes, quer na
distribuição destes. A verdadeira revolução digital a que se assistiu
possibilitou a proliferação de novos realizadores, que de uma forma mais barata
conseguiam realizar e distribuir os seus filmes.
Num mundo cada vez mais global e
ajudado pelo movimento dos independentes nos Estados Unidos, diversas
cinematografias nacionais começaram a ganhar o seu espaço: os filmes de Hong
Kong, onde se destacam os protagonizados por Jackie Chan e Chow Yun-Fat, ganham
cada vez maior aceitação no ocidente; Jane Campion e Peter Jackson dão uma nova
força à cinematografia da Nova-Zelândia; “Retorno a Howards End”, “Traídos pelo
Desejo”, entre outros reforçam a imagem de qualidade da Grã-Bertanha; na
Dinamarca surge o único movimento cinematográfico da década (o Dogma 95,
liderado por Lars Von Triers) e a Itália consegue a honra de ter dois filmes
candidatos ao Oscar de melhor filme.